Avança a minha maré
Muito mais encorpada y a la vez diluída
Paradoxos tais que encostam no mundo dos sonhos
Que reverberam no acordar todas as formas dormidas
Intenção e intuição
Muy atenta aos jogos que escolhi deixar
Cavucando um espaço antes incompreendido de tanto avesso
Uma ordem e acordos de natureza revés ao que consagro
Podres poderes, inconsequentes irresponsáveis
Adeus muros impróprios
Camuflada lealdade dos homens
Nasci um pai que agora posso enxergar
Em meu ser, nada sucumbe a irmandade depravada
Reprovo como a quem descabem explicações
Os deixo com vocês, a margem do que escolhem sem perceber
A vida que brota, o útero que exclama
A divisão criada e sustentada
Me permito ir
Ir embora dessa deslavada correção
Dessa desonhorasa desconexão
Os deixo com suas cartas, seus cigarros e tragos
Suas conversas desatentas sobre o consciente fora da prática
Como é dentro, é fora, como é em cima, é embaixo
Leis e pouca providência
Desrespeito e ignorância da criação
Amado pai que me rege e provém
Amada mãe que me guia e perpetua
Edito meus laços sabendo-me ontem, hoje e amanhã
Nada escapa a mirada, tudo claro como água limpa
E fluindo já encorpado
Diluindo no todo que somos
E livrando os disfarces
Dessas amarras que se apresentam como sutís cavaleiros
E se revelam monstros que engolem a própria língua
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