Ser-Vir

 Ontem me perguntei se estava sonhando

Parece que esse lugar e o tempo estão feitos sob medida

Que graça

Uma medida de sonhos para estar


Você me perguntou se eu levava a minha vida pra onde quer que eu fosse

E estendeu a mão para que assim fizesse, se quisesse

Que mais nobre sentir suas mãos gentis


Viajo nesse sonho que nada exclui, enquanto lido com minhas sombras

Honro o passado e os antepassados

Precavindo-me para não trilhar caminhos que já foram feitos

E saber me sempre para além do que posso tocar

Querer é insufuciente se posso mergulhar no que se apresenta


Algumas vezes levei as mãos ao céu e disse que estava pronta

“Faz de mim seu instrumento”

E desde aí, a intuição me percorre e leva a navegar de dentro pra fora tudo que precisa sublimar 


As vontades vão e vem e tudo se altera sem que eu nada possa fazer 

Me abstenho de pensar, de dever, de frear

As vezes dói, as vezes acaricía

E é tudo a mesma coisa se saio de mim para ver brotar o que for


Parece um sonho e sem controle posso tocar a sua face com dedos mansos 

sem esperar depois

Mergulhar nos seus olhos e ver a mim

Que graça 

Sentir a magia através do nada, depois de tudo que sempre esperei

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