Sinto pouco e ao mesmo tempo sinto tudo

O espaço do pensamento e das projeções se faz tão vazio como um oco

No meu vácuo nada é meu e ainda protejo minha ninhada

O ninho do sentir

Pra quem me presto, por quanto e por que

Estou descabelada e amanheço tarde como um pássaro

Pio livre por ter sobrevivido e gozado mais uma manhã

Sem preocupações sobre uma vida ordinária, profunda ou sutil

Só me importa estar onde estou 

E coordenar minhas asas com os voos que se apresentam

Voo desperta

Porque sempre estou indo

Ainda que me veja no mesmo lugar ou pense que voltei

Do fim ao fim me abro aos começos como respiro

Nada que me pergunte poderá saber sem entrega

Comentários