A...longo

 Tenho vontades longas

Maciças em delonga

Percorrem minhas arestas e perfuram-me os centros

Uma contradição com o que me desfio a desperceber

Um eu anão potente e latente se engrandece querendo mais 

Salivo e me escorre o suor enquanto pensando passeio no seu corpo como se fosse a primeira vez

Degustando o cheiro, o sal, as formas e o vento que sai da sua boca

Cada parte faz tudo ser, e cada parte é tão contemplativamente imensa... poderia ganhar dias, meses, vidas nesse estado de reconhecimento, enquanto saboreamos, enquanto e tudo continua se transformando nesses corpos doidos-sãos

Vontades me abismam e me enchem de desespero, libido e liberdade

Alongo um pouco mais todos os sentidos, me encaixando dentro de mim, sentindo o prazer de me penetrar em vasto e tamanho vazio

Escorro rios afora, montanhas abaixo, pra fora de tudo que dentro é essa vontade, e não entendo nada sobre não saber


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