Ser vento
É que antes eu era outra e agora já não lembro mais como era ser o que já não sou.
Tinha momentos de verão e esses frios que ficam por demais já não me atraem como ayer.
Não estendo mais o tempo, a energia está lá em cima, não consigo parar e nem quero.
Estou me reconhecendo, a casca é quase a mesma, mas tenho certeza que a micro-população que me habita mudou.
Gosto de me sentir em casa em qualquer lugar por estar em mim, ao mesmo tempo gosto de ser vento e não ter que parar.
A leveza que me leva tem gosto de liberdade, escolhas e hoje sei que as fiz todas, e dancei com todas elas.
Já sou outra completa, sem nenhuma parte em falta, não vista, não acolhida, não amada, não cuidada. Tudo aqui dança, olhinhos fechados e sorriso puxadinho. Assim eu gosto mais de mim, hoje.
É dezembro e trovoa.
Chove seco, chove calmo.
Me sinto imensa, imensamente livre, fresca, me sinto vento e calor.
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